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Biblioteca da UFU inicia preparativos para implantação do RDA

atividade foi organizada pelo Setor de Catalogação (SECAC) e marcou o início dos estudos para a implantação do novo código de catalogação
Betânia Nunes
14/07/2025 - 14:32 - atualizado em 06/08/2025 - 14:44
Sete pessoas, agora em nova composição, alinham‑se em frente ao mesmo slide “R | D | A”. À frente, a mesa principal contém materiais de apoio e fios organizados; à direita, aparece uma estação de trabalho com monitor e periféricos. O teto de concreto aparente, a iluminação direta e o ar‑condicionado reforçam o ambiente típico de sala de treinamento, indicando o encerramento ou continuidade do encontro.

A Biblioteca Central Santa Mônica foi palco, no dia 9 de julho de 2025, de uma ação formativa que marcou o início dos estudos para a implantação do novo código de catalogação, o Resource Description and Access (RDA). Realizado na sala de treinamentos da biblioteca, o encontro reuniu pessoas bibliotecárias e assistentes administrativas do Setor de Catalogação e Classificação (SECAC), além das coordenadoras da Divisão de Aquisição e Processamento Técnico (DIAPT) e da Divisão de Informatização (DIINF). 

A atividade foi organizada pelo SECAC a partir de uma solicitação da coordenação da Divisão de Aquisição e Processamento Técnico (DIAPT), sendo imediatamente acolhida com entusiasmo por toda a equipe. A formação foi ministrada pelo bibliotecário Nelson Marcos Ferreira, que compartilhou os conhecimentos adquiridos em curso realizado por iniciativa própria, com recursos pessoais. 

“Mais do que uma capacitação técnica, o dia foi uma imersão crítica. Mais do que um novo código, o RDA abre espaço para revisitarmos nossas práticas com profundidade e intencionalidade. E essa transformação só se torna possível porque contamos com uma equipe engajada, que pensa junto, provoca, colabora — e caminha unida rumo à mudança”, destacou Nelson. 

Participaram da atividade as pessoas bibliotecárias Nelson Marcos Ferreira, Glória Aparecida, Rejane Maria da Silva e André Carlos Francisco; as assistentes administrativas Léa Gleide Ribeiro de Oliveira Borges e Luciane Rodrigues Campos; a coordenadora da DIAPT, Joilsa Fonseca de Oliveira; e a coordenadora da DIINF, Kelma Patrícia de Souza. 

Oito integrantes da equipe posam diante da tela de projeção que exibe o logotipo “R | D | A”. A mesa à frente traz um notebook aberto, cabos e controle remoto; ao fundo, vê‑se uma bancada lateral com bolo, descartáveis e outros lanches, sugerindo um coffee break. Todos sorriem, lado a lado, marcando o registro coletivo da atividade formativa.

Durante o encontro, foram discutidos os fundamentos conceituais do RDA e suas diferenças em relação ao "Anglo American Cataloging Rules, 2nd ed." (AACR2) utilizado atualmente no Sistema de Bibliotecas UFU (SISBI/UFU), bem como os princípios do modelo conceitual Library Reference Model (LRM), com destaque para as entidades Obra, Expressão, Manifestação e Item (WEMI). A formação também abordou os relacionamentos entre entidades, os tipos de agentes envolvidos (autores, tradutores, editoras) e a importância da transição para uma estrutura de dados alinhada à web semântica e ao linked data

Foram apresentados ainda exemplos práticos com obras de Filosofia, como A Política, de Aristóteles, e obras literárias como Harry Potter e O Código Da Vinci, permitindo uma reflexão sobre as múltiplas traduções, edições, adaptações e ciclos narrativos que essas obras envolvem. 

Como desdobramento prático da atividade, foi apresentada uma proposta inicial de projeto para nortear a implantação do RDA no Sistema de Biblioteca UFU (SISBI/UFU), elaborada pela bibliotecária Rejane Maria da Silva. O documento será submetido aos demais membros do SECAC para validação e complementação. Além disso, foi discutido e validado pelo grupo o procedimento para criação de um catálogo de autoridades em RDA, elaborado pela bibliotecária Glória Aparecida, reforçando o compromisso da equipe com a consolidação coletiva das novas diretrizes. 

 

Impacto para as pessoas usuárias 

Embora estruturado nos bastidores da descrição bibliográfica, o RDA impacta diretamente a experiência das pessoas usuárias. Ao permitir o mapeamento preciso dos relacionamentos entre obras, expressões e manifestações, o novo código amplia a capacidade de descoberta de conteúdos relacionados — como outras edições, traduções, adaptações ou a produção completa de um autor. 

Essa rede de significados é especialmente valiosa em ambientes acadêmicos, nos quais a conexão entre recursos informacionais é fundamental para a formação crítica e aprofundada do conhecimento. 

 

Próximos passos 

Como continuidade da ação formativa, será constituído um grupo de estudos permanente com o objetivo de aprofundar os aspectos técnicos do RDA, apoiado por novos cursos a serem adquiridos institucionalmente. Paralelamente, serão elaboradas diretrizes locais de catalogação e iniciados projetos-piloto com registros em áreas como Filosofia e Literatura, em razão da diversidade de manifestações e das relações bibliográficas complexas que essas áreas apresentam. 

“Estamos apenas no início de uma transição que exige tempo, estudo, cooperação e, sobretudo, apoio institucional — tanto no âmbito do SISBI/UFU quanto da própria Universidade Federal de Uberlândia. Esse apoio envolve investimentos em formação continuada, aquisição de cursos e materiais especializados, disponibilidade de carga horária para estudo técnico, infraestrutura adequada e o reconhecimento estratégico da catalogação no contexto da ciência aberta e da transformação digital. Mas já está claro para todos nós que essa mudança não se resume à adoção de novas normas: ela representa a oportunidade de reafirmarmos o papel da biblioteca universitária como uma infraestrutura crítica do conhecimento”, concluiu Ferreira. 

Sala de capacitação na Biblioteca Central Santa Mônica. À esquerda, o instrutor – um homem de camisa preta – permanece em pé ao lado de uma mesa com notebook, cabos e um copo térmico. À direita, sete participantes sentam‑se em carteiras universitárias azuis, voltados para a câmera e sorrindo. O ambiente exibe persianas fechadas, projetor fixo no teto, luminária fluorescente e ar‑condicionado de parede, transmitindo um clima informal e acolhedor de início de aula.

Sete pessoas, agora em nova composição, alinham‑se em frente ao mesmo slide “R | D | A”. À frente, a mesa principal contém materiais de apoio e fios organizados; à direita, aparece uma estação de trabalho com monitor e periféricos. O teto de concreto aparente, a iluminação direta e o ar‑condicionado reforçam o ambiente típico de sala de treinamento, indicando o encerramento ou continuidade do encontro.

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